O movimento é um dos pilares centrais da psicomotricidade. Ele envolve a coordenação motora, a consciência corporal e a capacidade de se movimentar de forma adequada e funcional. O trabalho com o movimento visa melhorar a motricidade global e fina, a postura, o equilíbrio e a coordenação.
O que é distúrbio psicomotor?
Distúrbios Psicomotores são manifestações dos desequilíbrios da vida psíquica que se refletem na motricidade das pessoas. Por exemplo, uma criança muito inibida pode ter uma movimentação desarmoniosa, desajeitada. Grunspun (1999) classifica os distúrbios psicomotores em cinco grupos. São eles: instabilidade psicomotora, debilidade psicomotora, inibição psicomotora, lateralidade cruzada e imperícia.
Os desajustes psicomotores corporais que podem acometer qualquer sujeito (típicos e atípicos). Estes desajustes psicomotores podem surgir por diversos fatores, entre eles: falta de estimulação adequada ou insuficiente na infância, traumas físicos ou psicológicos, patologias ou lesões neurológicas (como AVC, microcefalia, paralisia cerebral), transtornos que acometam o sistema nervoso (como autismo, TDAH) ou prematuridade (bebês que nasceram antes das 37 semanas).
Essas condições podem desencadear as dificuldades psicomotoras chamadas de distúrbios psicomotores ou transtornos psicomotores que consequentemente traz prejuízos para a aprendizagem (principalmente em fase escolar) . Quando observada essas dificuldades seja pelos médicos ou pela escola, o psicomotricista (único profissional habilitado a trabalhar nos distúrbios psicomotores) vai atuar nos fatores que desencadearam os distúrbios.
O Psicomotricista é o profissional que trabalha no emocional e no cognitivo do indivíduo (seja ele criança, adulto jovem ou idoso) através do corpo em movimento e da sua relação com o meio externo (o ambiente) e interno (seu eu).
Ou seja, atua no comportamento psicomotor por meio da ludicidade e das brincadeiras com práticas corporais trabalhando na RAIZ das dificuldades, ajudando este corpo vivenciar experiências e se perceber no espaço que ocupa.
Quem indica essa especialidade geralmente é um médico neuropediatra, psiquiatra infantil ou até mesmo a escola quando se nota alguma dificuldade ou atraso motor e na aprendizagem escolar. Porém pais podem buscar ajuda do psicomotricista para potencializar o desenvolvimento de seu filho mesmo sem encaminhado médico.
A Terapia Psicomotora não substitui nenhuma outra intervenção indicada pelo médico como fisioterapia ou a terapia ocupacional e vice-versa. A Terapia Psicomotora vai atuar no plano de fundo das habilidades diárias necessárias para aprendizagem. Ela dá a base para que novas aquisições possam acontecer. Por exemplo: uma criança que não consegue se concentrar nas atividades escolares e se debruça com frequência em cima da mesa para ler, escrever ou pintar, é muito provável que essa criança tenha um distúrbio psicomotor associado a hipotonia (baixo tônus muscular). Ou uma criança que não consegue respeitar o espaço da pauta do caderno tenha distúrbio psicomotor associado a orientação espacial.
Distúrbio psicomotor não é doença!
Vale lembrar que os distúrbios psicomotores não são doenças e podem aparecer em pessoas consideradas saudáveis e típicas, porém geralmente pessoas que possuem algum transtorno, síndrome ou patologia que acometa o sistema nervoso ou que tenha origem nele, certamente terão algum distúrbio psicomotor como comorbidade.
Se seu filho foi encaminhado para um Psicomotricista não se apavore, você está no caminho certo para ajudar seu filho a se desenvolver de forma integral e segura. E não se esqueça: psicomotricidade e terapia psicomotora só com psicomotricista!
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